Na sessão da última quinta-feira, 29 de fevereiro, a Câmara de Vereadores de Porto Seguro votou a favor de um aumento exorbitante nos próprios salários, enquanto a população sofre com a falta de serviços essenciais. O projeto, se aceito pelo prefeito, aumentará o salário dos vereadores para cerca de R$ 17.300,00, um aumento significativo em relação aos atuais R$ 9.842,00.
Enquanto os vereadores articulavam para garantir seus próprios privilégios, a comunidade enfrenta desafios diários, desde a falta de segurança até a precariedade dos serviços de saúde e educação. Este aumento salarial apenas demonstra a desconexão entre os representantes eleitos e as necessidades da população de Porto Seguro
Votaram a favor do aumento os vereadores que parecem ter esquecido sua missão primordial de representar os interesses do povo. Em contrapartida, alguns vereadores, como Kempes Neville, Vinícius Parracho e Eduardo Tocha, demonstraram uma postura ética ao se oporem ao projeto, reconhecendo a injustiça e a falta de justificativa para tal medida.
O argumento de que este aumento é uma prática comum em outras câmaras pelo Brasil não justifica a sua validade moral. Ao contrário, revela uma cultura de autopromoção e privilégios que mostra uma desigualdade e também o distanciamento entre os vereadores e o povo.
O vereador Vinícius Parracho destacou a discrepância entre os salários dos vereadores e a realidade econômica da maioria dos cidadãos. É inaceitável que em um país onde a grande maioria da população luta para sobreviver com salários mínimos, os representantes eleitos para servir ao povo desfrutem de benefícios tão desproporcionais.
A justificativa de alguns vereadores, como Lia Arigatô, que argumentam necessidade de aumento para cobrir despesas pessoais, é um insulto àqueles que realmente lutam para sobreviver com salários muito baixos. Ainda sobre a fala dela na câmara que diz: “acredito que ninguém aqui receba propina, mas se receber, eu quero também porque nós estamos precisando!” demonstra falta de caráter e mostra que está apenas interessada em satisfazer suas próprias necessidades.
É fundamental que os representantes eleitos estejam alinhados com os anseios e necessidades da população que os elegeu. Este aumento desmedido de salário é um golpe na confiança e na legitimidade do sistema democrático, pois revela uma priorização dos interesses pessoais em detrimento do bem-estar coletivo.
Diante disso, é urgente que a população de Porto Seguro e a sociedade em geral denunciem e rejeitem veementemente este tipo de comportamento por parte de seus representantes. A Câmara de Vereadores deve ser um espaço de defesa dos interesses do povo, não uma arena para benefícios próprios. A comunidade merece representantes comprometidos com a justiça social e o bem comum, não com seus próprios privilégios.
Por Thassyu Bobbio para a redação do +Bahia