Uma proposta da Acrissul (Associação dos Criadores do Mato Grosso do Sul) visando aumentar as vendas de carne bovina que no último ano de 2023 teve a maior baixa de 2004. A proposta vinha sido mantida em segredo pela associação que já havia enviado pro Governo Federal uma proposta formal de implementação do programa “Carne no Prato”, porém a mesma só veio vir a público recentemente.
A ideia é de que os beneficiários do CadÚnico e Bolsa família sejam os primeiros a receber o benefício caso a proposta seja aprovada. A proposta da criação do programa que beneficiaria muitas famílias é a do aumento do consumo de carne. A associação informou que em 2023 a população brasileira de uma forma geral consumiu 24,2 Kg de carne por habitante sendo este o menor número de consumo desde 2004.
Com este programa haveria um aumento na produção do gado de corte onde seria necessária uma demanda de 2.350 milhões de cabeça de gado no ano esse número, iria gerar um aumento na demanda e consequentemente seriam necessárias 475 mil toneladas de carne bovina por ano para suprir a demanda do programa.
Marcelo Neri, Ex-presidente do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas) em entrevista recente ao portal Terra ressaltou: “Se fosse um vale alimentação, a pessoa poderia selecionar entre vários alimentos. No caso desse vale picanha, você está limitando a escolha. Do ponto de vista dos consumidores, não faz muito sentido. Ele é bom para os produtores de carne, então a gente entende porque eles estão propondo. Mas, do ponto de vista dos consumidores e da gestão pública, não acho que faça muito sentido limitar a escolha. Não me parece que carne (vermelha) seja uma prioridade do ponto de vista da segurança alimentar. Carne de frango ou mesmo proteína de soja podem ser soluções mais custo-efetivas”
Vale ressaltar que na campanha eleitoral de Lula em 2022, à época candidato a presidência da república uma das promessas foi de levar “Carne no Prato” dos mais necessitados e que as pessoas voltariam a comer picanha e fazer seu churrasco no fim de semana. Porém, toda e qualquer ideia deve ser friamente analisada e nesta análise, verificar se há um benefício real para a população.
Por Thassyu Bobbio para a redação do +Bahia