As negociações sobre um acordo para cessar-fogo em Gaza, visando levar mais ajuda para o enclave palestino e a libertação de reféns israelenses, têm avançado, disse o secretário britânico de Relações Exteriores, David Cameron, à Reuters em entrevista nesta sexta-feira (26).
A pressão internacional tem se concentrado em uma abordagem em fases para a libertação de reféns israelenses feitos pelo grupo Hamas, que governa Gaza, em troca de uma pausa nas hostilidades e da libertação de prisioneiros palestinos mantidos em Israel.
“Acho que há uma perspectiva de conseguirmos uma pausa em que paremos com os combates e comecemos a pensar em como levar ajuda e libertar os reféns”, disse Cameron à Reuters e a uma emissora turca em Istambul. “Acho que estamos fazendo algum progresso.”
Na entrevista, na última parada de uma viagem diplomática, Cameron afirmou que Israel também considera uma proposta britânica para abrir seu porto de Ashdod para embarques de ajuda a Gaza, mas que seria preciso “muita pressão” para chegar a um acordo.
Cameron se reuniu com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e com políticos na Cisjordânia ocupada por Israel, onde está sediada a Autoridade Palestina apoiada pelo Ocidente, e no Catar para discutir a situação em Gaza.
Em suas reuniões em Israel, Cameron disse que enfatizou a necessidade de uma pausa nos combates para garantir a libertação dos reféns, capturados por militantes do Hamas durante ataque transfronteiriço em 7 de outubro.
“Eu pressionei para o que eu acho que é do interesse de todos, incluindo o interesse de Israel: fazer essa pausa imediata, porque só assim será possível trazer os reféns de volta para casa”, declarou.
Israel prometeu não encerrar a guerra até que o Hamas seja erradicado e todos os reféns libertados. O Hamas afirmou que qualquer acordo depende do fim da ofensiva e do cerco de Israel e da retirada da Faixa de Gaza.
As negociações mediadas sobre uma trégua de um mês, que poderia resultar na libertação de reféns em troca de prisioneiros palestinos em Israel, foram retomadas, mas esbarram nas diferenças entre os dois lados sobre como pôr fim à guerra, disseram fontes à Reuters.
A guerra, que começou depois que militantes do Hamas mataram 1.200 pessoas e capturaram mais de 240 reféns em uma incursão em 7 de outubro, deslocou a maior parte dos 2,3 milhões de habitantes da Faixa de Gaza, alguns deles várias vezes.
Autoridades de Gaza informaram que o número de mortos na campanha militar de Israel no território palestino administrado pelo Hamas, agora em seu quarto mês, subiu para 26.083.
Fonte: Agência Brasil