Dia 22 de novembro é comemorado o Dia do Músico, uma data especial para celebrar o trabalho desses profissionais que enchem de alegria e diversão as noites de Porto Seguro e região
Esses artistas são responsáveis por animar os diversos bares, casas de show e restaurantes espalhados pela cidade e arredores, sendo fundamentais para a entrega do setor de entretenimento local. De acordo com dados recentes, os ritmos mais tocados nestes estabelecimentos são o axé, o samba-reggae e o forró, ritmos típicos da cultura baiana.
Apesar de muitos associarem os músicos baianos apenas no período do Carnaval, esses profissionais trabalham durante todo o ano, levando sua música e seu talento para alegrar os clientes que buscam diversão nas noites de Porto Seguro.
Para o músico e empresário Polly (Foto em destaque ) “Eu tive que encontrar o meu caminho, ser músico e ser empreendedor. A vida não me deu muita alternativa”
De acordo com levantamentos, o valor médio recebido por esses músicos que atuam nas noites da região varia entre R$ 500 a R$ 1.500 por apresentação, dependendo do nível de reconhecimento do artista, do local onde se apresenta e do tipo de contratação (individual ou em banda).
Portanto, o Dia do Músico é um dado importante para valorizar o trabalho desses profissionais que enchem de ritmo e animação as noites de Porto Seguro e região, contribuindo para o transporte da economia local e levando alegria e diversão aos clientes.

Principais desafios e dificuldades da profissão de músico
Ser um músico da noite pode parecer uma vida glamorosa, mas na verdade envolve muitos desafios e dificuldades que nem sempre são visíveis aos olhos do público. Esses desafios profissionais enfrentam obstáculos únicos que podem impactar sua carreira e bem-estar pessoal. Vamos explorar alguns dos principais desafios dessa profissão.
Horários irregulares e desgastantes: Tocar em bares, barcos e casas de shows geralmente significa trabalhar à noite, nos fins de semana e feriados, quando a maioria das pessoas está de folga. Esse ritmo irregular pode causar problemas de saúde, distúrbios do sono e dificuldades em manter uma vida social e familiar saudável.
Instabilidade financeira: A renda de um músico da noite pode ser bastante irregular, dependendo do número de shows, da época do ano e da popularidade do artista. Isso torna difícil planejar e manter um orçamento estável, especialmente em períodos de baixa temporada.
Competitividade acirrada: O mercado de música ao vivo é extremamente competitivo, com muitos músicos talentosos disputando as mesmas vagas. Destacar-se e conseguir oportunidades de trabalho que exigem habilidades de networking, autopromoção e constante aprimoramento técnico.
Estresse e desgaste físico: Tocar por horas seguidas, carregar equipamentos pesados e lidar com a superação dos locais de shows pode ser muito desgastante física e emocionalmente. O risco de lesões, problemas de voz e esgotamento é alto nessa profissão.
Falta de reconhecimento e valorização: Apesar de serem fundamentais para a animação das noites, os músicos muitas vezes não recebem o devido reconhecimento e valorização pelos donos de casas noturnas e pelo público em geral.
Diante desses desafios, é essencial que os músicos da noite desenvolvam estratégias de autocuidado, como manter uma rotina de exercícios, alimentação saudável e momentos de descanso. Além disso, a organização profissional e a diversificação de fontes de renda podem ser alternativas importantes para lidar com a instabilidade da carreira.
Embora a vida do músico da noite tenha seus encantos, é importante estar ciente das dificuldades envolvidas e se preparar especificamente para enfrentá-las. Só assim esses profissionais poderão desfrutar de uma carreira sustentável e gratificante nesse setor tão dinâmico e exigente.
Mercado de milhões
O Estado da Bahia possui uma cena musical e cultural extremamente ativa, com uma diversidade de gêneros e manifestações artísticas que movimentam milhões de reais anualmente. Embora não haja dados oficiais consolidados, as estimativas apontam que o mercado de música ao vivo no território baiano gira em torno de centenas de milhões de reais.
Cidades como Salvador, Porto Seguro, Feira de Santana e Ilhéus destacam-se como polos importantes desse segmento, abrigando uma série de eventos, shows e festivais que atraem públicos expressivos. Só na capital baiana, por exemplo, são realizadas promoções periódicas de grandes eventos musicais, além da programação constante de casas de shows, bares e outros locais. E isso não é diferente de Porto Seguro, mesmo em baixa temporada a musica ao vivo aquece o turismo e proporciona centenas de empregos diretos e milhares indiretos. Casas de show como Tôa Tôa, Axé Moi, Morocha Club entre outras, fazem Porto Seguro ser conhecida por sua intensa vida noturna, principalmente durante a alta temporada de verão.
“A Bahia tem uma riqueza cultural incrível, que se reflete diretamente no mercado de música ao vivo. Temos artistas e bandas locais/regionais muito fortes, além de receber grandes nomes nacionais e internacionais constantemente”, afirma João Silva, produtor cultural sediado em Salvador.
Além dos investimentos privados, o poder público também tem papel importante no fomento dessa atividade, por meio de editais, leis de incentivo e apoio a eventos e festivais. Esse ecossistema sonoro faz do mercado de música ao vivo um dos principais pilares da economia criativa baiana.
Apesar da ausência de dados oficiais precisos, especialistas apontam que o setor movimenta centenas de milhões de reais anualmente no estado, gerando empregos, renda e projeção para a Bahia no cenário cultural do país.

O desencanto
Em cidades como Eunápolis, por exemplo, é normal entidades representativas da categoria, reclamarem que não receberam ou tiveram atraso ao receber o cachê, por terem se apresentado em eventos como, Pedrão, ou festas juninas, isso se dá, pelo baixo nível de ajustes jurídicos, por contratos tidos como irrelevantes. Outro fator é o pagamento de grandes cachês a artistas e ou bandas muito conhecidas do publico, em detrimento a artistas locais que são tratados como de segunda categoria e por tanto, são postos de lado por administradores que não sabem ou que não reconhecem a “prata da casa”.
Com isso muitos artistas, deixam de tocar em suas cidades, para se dedicar a estrada, ou seja, tocar em outras cidades, e aí, o drama só aumenta, pois ficar longe de família e amigos, torna-se normal na vida de centenas de músicos que são desvalorizados em sua própria terra.
Mas mesmo com todas essas dificuldades, o importante para esses profissionais é estar onde o povo esta, e como diz a letra “Nos Bailes da Vida”, de Milton Nascimento:
“Foi nos bailes da vida ou num bar em troca de pão
Que muita gente boa pôs o pé na profissão
De tocar um instrumento e de cantar
Não importando se quem pagou quis ouvir
Foi assim”